terça-feira, setembro 18, 2007

A Caminho da Fonte do Rato – um percurso imaginado

A Biblioteca Municipal de Ponte de Sor vai inaugurar, no dia 22 de Setembro de 2007 (sábado), pelas 17h30, a Exposição de Pintura “A Caminho da Fonte do Rato – um percurso imaginado” de Coca Froes David, seguida pela conferência “A Artista e o Lavrador enquanto Jovens Cães” por António Cruz de Carvalho, às 18h30.
A exposição estará patente ao público até dia 16 de Outubro de 2007.
Esta actividade é organizada pela Câmara Municipal de Ponte de Sor, Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e A Loja do Lopes.


Coca Froes David nasceu em 1955.
Reside e trabalha em Évora.


Exposições Individuais (selecção)

1984 – Évora. Grupo Pró – Évora
1986 – Vila Real. Fundação da Casa de Mateus (entrega do premio D. Dinis a José Saramago)
1989 – Lisboa. Clube 50
1992 – Lisboa. Clube 50
1994 – Montemor – o – Novo. Galeria Municipal
1996 – Ponte de Sor. Biblioteca Calouste Gulbenkian
1998 – Lisboa. Mercado de Santa Clara
1999 – Lisboa. Mercado de Santa Clara
2000 – Lisboa. Galeria de S. Bento 34
2002 – Évora. Galeria 21 – “Bonecas”
2002 – Lisboa. Livraria Ler Devagar – “Livros”
2003 – Ponte de Sor. Biblioteca Calouste Gulbenkian
2004 – Évora. Galeria 21 – “ Paisagens”
2006 – Estremoz. Ate Jazz Café – “Bonecas”


Exposições Colectivas (selecção)

1988 – Almancil. Centro Cultural de S. Lourenço – “5 mulheres do Alentejo”
1991 – Santiago de Compostela. (Itinerante Galiza) Espanha
1992 – Évora. Galeria Évora – Arte
1994 – Évora. I Centenário de Florbela Espanca. Grupo Pró – Évora
1998 – Évora. “Corpo. Nu. Desenho. 1” Grupo Pró – Évora
1999 – Évora. “Corpo. Nu. Desenho. 2” Grupo Pró – Évora
1999 – Lisboa. Armazém 7 – “Por Timor”
2000 – Évora. Corpo. Nu Desenho. 3” Grupo Pró – Évora
2000 – Évora. Galeria 21
2001 – Évora. “Corpo. Nu. Desenho. 4” Grupo Pró - Évora

Representada nas colecções da Fundação da Casa de Mateus, Vila Real – Fundação das Casas de Fronteira e Alorna, Lisboa – Fundação Eugénio de Almeida, Évora e Banco Internacional de Credito, Lisboa.
CAMINHO PARA A FONTE DO RATO, UM PERCURSO IMAGINÁRIO


Florestas, árvores, árvores, florestas e mais florestas.

Ainda que as árvores sejam sobreiros, estas florestas têm uma atmosfera muito diferente do que é habitual na realidade física dum montado de sobro. Uma atmosfera sombria, de floresta de contos infantis, com uma inquietação latente e, por vezes, uma tristeza que nos invade a alma. Nem sempre, porém, predomina o sombrio, a inquietação e a tristeza; há momentos em que os amarelos, bem solares, se sobrepõem aos verdes secos, às terras e aos ocres, como que num grito de revolta e numa vontade de viver que irrompe com grande força, negando tudo o que antes fora dito e deixando-nos a esperança de momentos de júbilo no meio da quase desolação.

A paleta destes quadros, em que a técnica predominantemente usada é aguarela e acrílico, nalguns casos faz-me lembrar a paleta das paisagens de Hogan, embora em tudo o mais se distanciem delas: árvores onde, em Hogan, há só campo, intimidade onde há vazio e proximidade onde há distância.

Há já longos anos que venho acompanhando o percurso da artista e querida, muito querida, amiga. Porém, ser amigo dum artista nem sempre é tarefa fácil, porque os artistas têm uma lógica interna, um percurso próprio que nunca, ou só muito raramente, corresponde àquilo que esperamos ou desejamos, mas artista é artista e, na sua arte, e sem prejuízo do diálogo mental que sempre estabelecem com os outros artistas, seguem um caminho necessariamente solitário, aliás como é próprio da sua condição de artista.

Só mais uma nota. Vejo, em certos quadros desta exposição, algo que nunca antes tinha observado nas pinturas da Coca - a emergência de elementos que apontam para uma tendência abstractizante. É caso de perguntar: "Que mais irá me acontecer?" Será que a Coca, que sempre pintou de forma eminentemente figurativa, vai passar a dedicar-se ao abstraccionismo ou, pelo menos, a um "realismo" mais distante da realidade? Talvez a Coca saiba, ou talvez não, e isso pouco significa. O futuro dirá.

Fernando Mascarenhas
Casa de Mateus
13 de Setembro de 2007

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