segunda-feira, abril 23, 2007

Dia Mundial do Livro


Mensagem do Diretor-Geral da UNESCO, Koichiro Matsuura, por ocasião do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, 23 de abril de 2007


A décima segunda edição do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, em 23 de Abril de 2007, constitui uma nova oportunidade para que os dirigentes políticos, os agentes económicos e os representantes da sociedade civil prestigiem a celebração do livro como instrumento especial de expressão, educação e comunicação.
Desde o primeiro ano em que se realizou, em 1996, a comemoração desta jornada levou um número considerável de pessoas de todos os continentes e de todos os horizontes culturais a defender esta causa. E têm sido enfatizadas, sobremaneira, as funções múltiplas e essenciais desempenhadas pelo livro no cerne do tecido educacional, cultural e económico das nossas sociedades. Além disso, tem sido sublinhada, muitas vezes, a dupla natureza dos produtos da edição, a um só tempo, mercadorias e obras do espírito.
Também têm sido inúmeras as referências ao livro como instigador de uma ampla cadeia de actividades geradoras de renda, assim como ao papel do livro no centro das economias do conhecimento, nos dias de hoje, enquanto instrumento de aprendizagem, partilha e actualização dos conhecimentos. É óbvio que, além de ter sido colocada em destaque, a dimensão linguística da edição – utensílio de expressão que vive pela e na língua – continua sendo um factor determinante.
Por último, como o desenvolvimento do livro só é possível mediante o respeito pelos direitos de autor, a celebração deste Dia tem sido associada, desde a sua origem e nos anos seguintes, à invocação da importância da protecção moral e patrimonial das obras do espírito e dos seus criadores.
Neste ano, e mais do que nunca, faço questão de sublinhar a complementariedade de todos esses aspectos e chamar a atenção para a sua importância para a liberdade de expressão, além da salvaguarda e promoção das expressões da diversidade cultural, como principais desafios a serem enfrentados pela Humanidade.
Esta acção, que tem uma dimensão ética tanto quanto política, inscreve-se numa perspectiva de longo alcance e requer iniciativas concretas e duradouras em favor do livro e da leitura, cujo impacto vai muito além da data simbólica de 23 de Abril. Neste aspecto, é exemplar a implementação de programas inovadores, tais como a celebração anual das “capitais mundiais do livro”, visando a valorização dos melhores programas de apoio à edição. Lançado em 2001 pela UNESCO, na sequência de uma iniciativa de editores de Madrid, esse programa, gerenciado pelas grandes associações internacionais das profissões do livro, permitiu a criação progressiva de uma verdadeira rede mundial de cidades comprometidas com o diálogo e com o intercâmbio de práticas eficazes para a promoção do livro e da leitura.
Por ocasião da décima segunda edição do Dia Mundial do Livro e do Direito de Autor, dirijo, portanto, um convite solene a todos os países, parceiros e amigos da UNESCO para que se juntem a nós e que contribuam para esta importante celebração que – no cerne do projecto de promoção das sociedades do conhecimento – realça os temas chaves da qualidade, do pluralismo e da integração de conhecimentos, assim como de sua partilha e disseminação.

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