A exposição estará patente ao público até dia 20 de Março de 2007.
Vive e trabalha em Assentiz, Rio Maior, desde 2003.
Ponto de Encontro
Quem somos, donde vimos, para onde vamos, são questões às quais respondemos implicitamente a cada momento.
Cada gesto trás consigo uma resposta calada, surda e definitiva embora revogável, renovada a cada instante de plenitude, que cada passo vem confirmar ou denunciar.
Como dizia o poeta, a cada instante nos confrontamos com uma santidade não assumida...
Insondável frescura original!
Fazer espaço, abrir caminho, chegar ao ponto final que nenhum horizonte limita.
A celebração da própria vida, o reconhecimento da natureza da própria existência, o incessante desfiar dos fenómenos perante uma consciência amorosa, são algumas das intuições mais fecundas que nos podem situar, posicionar neste mundo...
Assim se nos devolve um mundo irrefutável, imparável, imutável, em que a vida e a morte se confundem numa permanente “dissolução totalmente feliz”, em que todo “condicionamento moral” se esgota ao nascer, em que a “ausência de julgamento” dá lugar a uma “presença total” que é também “vívida ausência”.
Insuspeita vibração que nos consome no mais profundo de nós mesmos, que nos deixa extasiados diante do ilimitado universo do qual não nos distinguimos.
Qual naufrago atirado para o areal duma ilha maravilhosa e deslumbrante.
“Cornucópia da abundância”, jóia ou árvore que “satisfaz todos os desejos”, profundamente enraizada no inconhecível presente.
Ilha de um tesouro obscenamente exposto!
E se as raízes, tronco, ramos e folhas da “árvore da vida” (?) fossem indissociáveis dum presente de plenitude tão insondável quanto perene?
E se as flores e os frutos desta mesma árvore rejubilassem de luz e música celeste?
Porque não uma consciência como paraíso e bunker que resiste amorosamente a todas as agressões?
É pegar ou largar.
VP, Amsterdam, 22 Janeiro 2007
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