quinta-feira, outubro 11, 2007

Jóias de Autor - Andreia Quelhas Lima

A Biblioteca Municipal de Ponte de Sor vai inaugurar, no dia 20 de Outubro de 2007 (sábado), pelas 17h30, a Exposição de jóias de autor de Andreia Quelhas Lima, seguida pela conferência “Composição e configuração das florestas de Portugal” pelo Eng. Paulo Godinho, às 18h30.
A exposição estará patente ao público até dia 13 de Novembro de 2007.
Esta actividade é organizada pela Câmara Municipal de Ponte de Sor, Fundação das Casas de Fronteira e Alorna e A Loja do Lopes.


Andreia Quelhas Lima nasceu no Porto em 1976.
Licenciou-se em escultura na Escola Superior de Belas Artes do Porto – ESBAP – Porto.
Frequentou o Curso Intensivo de Joalharia, Gravura, Fotografia e Cerâmica na Escola Lorenzo de Médici, Florença, Itália.
Curso de Joalharia Contemporânea – Escola Engenho e Arte – Porto.
Frequência do Plano de Estudos Avançados de Fotografia do Arco. Almada
Expõe individual e colectivamente desde 2001, Fotografia e Joalharia.
Está representada em colecções particulares e públicas, em Portugal e Holanda.
Escrever sobre alguém que nos é próximo é quase sempre falho de objectividade.
Motivo fortíssimo para que, até hoje, nunca tenha sido tentada por tal empreendimento.


Conheço a Andreia desde a sua adolescência. Na altura, já se lhe adivinhava o gosto pelo “Belo”, responsabilidade atribuída com toda a certeza aos seus progenitores, que sempre se rodearam de bons e belos objectos. Lembro-me de, sempre que estávamos juntos, calcorrearmos as ruas do Porto à procura de exposições, novos espaços de velharias, antiquários, feiras e demais manifestações, na esperança de encontrar algo único. A Andreia participava ou na procura ou então na opinião final.
Foi com grande alegria que a vi seguir o caminho da criação artística.
Escolheu escultura! Na realidade, nunca lhe faltou força física e anímica para tal empresa. Nunca desanimou na sua vontade de saber mais, apesar de, nas muitas conversas em que me deu o privilégio de ser sua ouvinte, confidente e muitas vezes conselheira – papel nem sempre fácil – me participar as suas dúvidas e dificuldades quanto ao acerto da sua escolha profissional. Ser artista tem muitas penas e algumas plenitudes. Da sua estadia em Itália, adveio-lhe o gosto pela joalharia “pequenas esculturas de usar”, segundo a própria, e pela fotografia intimista com que algumas vezes nos presenteia em exposições esporádicas. Lembro-me de andar pelas ruas de San Gimignano com caixas de cartão e panos pretos em esperas quase desanimadoras a fazer Pin-hole, um dos meios de fotografar que a Andreia utiliza.

Algumas vezes a Andreia dá-me o privilégio da troca de ideias.

O mesmo “olhar”de fotógrafo é usado para criar jóias. É extraordinária a procura da luz da composição e da forma perfeita para ser fruída. O aspecto construtivo das peças é diferenciado pelas formas lúdicas de algumas com menos preocupação utilitária e mais expositiva, ou morfológicas com a intencionalidade estética do ponto de vista do utilizador de outras. Os diferentes materiais para a construção das suas peças, sementes, frutos secos, pedras semipreciosas, vidro, seixos, metais, como a prata, o cobre e o ouro, tecidos, fitas, fios, elásticos e um sem número de coisas que reaproveita, fazem entroncar certos aspectos da sua gramática formal nos conceitos do object trouvé, ready made e arte povera.
Este modo de encarar o objecto de artista com novas perspectivas estéticas – neste caso as jóias – contribui para reabilitar as artes ditas “menores”.

Isabel Vaz Lopes
Lisboa 27 de Setembro de 2007
Jóias de Autor / Andreia Quelhas Lima

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